sábado, 5 de outubro de 2013

...

E4

Exercício 4

H.:
Não suporto mais
A vida está pesada
Fazer o que fazer?
M.:
Me abraça, meu rapaz
Que nada temos nada mais

H.:
Você é meu remanso
E nessa madrugada
O que posso fazer?
M.:
Me dê algum descanso
A Vida assim, estou arrasada

H.:
Não te atormento mais
Vem se aportar no meu cais

M.:
Brigar pra que brigar
Correr fugir correr
H.:
Lutar pra se arrasar
O que posso fazer?

M.:
Vem sorver o alimento
E sentir o meu lamento
Vem viver um sentimento

H e M.:
Pois somos poeira ao vento

H.:
Assim que sai um canto
Um novo acalanto
Talvez saber chegar
M.:
Menos medo do futuro
Que há uma brecha neste muro

E3

Exercício 3.

(N=neófito, Mo=monge, Me=mestre)

N.:
Aonde eu vou
Essa montanha me vigia
Ô, montanha, porra!
Para de me vigiar
Nunca cessa de me observar
Está a julgar todos aqui?
Como posso ser espontâneo?
Como posso ser livre?
Para de me vigiar

Mo.:
Meu caro gafanhoto,
Que forma nuvens a devorar a erva
Numa multidão enorme
Só precisa saber
Que a montanha é assim
Basta você aceitar...

N.:
Aonde vou?

Mo.:
Fica a lhe olhar

N.:
Aonde estou?

Mo.:
Está a lhe vigiar

N.:
Tudo o que eu sou

Mo.:
Ela pode adivinhar

N.:
Chega, nunca mais!
Deve haver um jeito
Dessa sensação
Desse aperto no peito
Desse sentimento
Poder escapar

Mo.:
Acalme-se, gafanhoto,
A montanha está
a todos a observar
Do rico ao roto
Do céu ao mar
Da neve ao calor
A tudo isso vigiando
A tudo isso cuidando
A montanha está

Aonde quer que vá
Não há nenhum lugar
Terra, céu e ar,
Fogo, madeira,
Água, terra e ar.
Aonde quer que vá
Consigo ela estará

Pessoas sobem e descem
Ao largo do rochedo
Carregando mantimentos
E calmo o monte
Não sente incômodo
Das formiguinhas a passar
Imóvel como sempre
Nada o pode incomodar

Pois essa solidez
Essa dureza
Essa imobilidade
É o próprio carma
A beleza
A simplicidade
Basta apenas aceitar...

N.:
Estou perdido
Então aceito
Logo de cara
Do fundo do peito
Estou convencido
O carma aceito

Mo.:
Caro gafanhoto,
Não é bem assim
Que bom que decidiu
Mesmo que esteja a fim
Leva tempo
Pra entender o pensamento
Pra antever o sentimento
É preciso muita prática
Mas se está decidido
Eu o levo a um lugar
De madeira de sândalo
Perfeitamente assentado
Aonde tolo como você
Pode ser honrado
Pode se iluminar
Precisará de paciência
E de muita tolerância
Mas o dia chegará
De seu carma
Aceitar

(alguma indicação de passagem de tempo no palco)

N.:
Essa montanha a incomodar
Como pode tão gigante
Não me deixar em paz?
Dúvidas e dúvidas mais!

Mo.:
Cada um que aqui está
Tem seu carma
Em algum lugar
Um num pássaro noturno
Outro na árvore do outono
Ainda um na pequena flor
Mais outro na dor da vida
Tem os mais de mil modos
De ter seu carma em algum lugar
Apenas quando
Com seu carma se fundir
Deixar de lado o medo
Conhecer o grande segredo
Você poderá ir...

N.:
O que é isto em mim?
Depois de anos assim?
Essa paz me amedronta
Será a morte que me ronda?
Será a vida chegando ao fim?
Essa sensação em ondas
E o mundo mudando de cor
E o céu mais vivo
E não me incomoda mais
A dor...

(toca o sino do mosteiro, tlim, todos os monges se reúnem)

Me.:
Hoje é um dia sagrado
Abram seus ouvidos
e os seus corações
Pois leremos o Sutra da Rocha
O sutra do darma
O sutra de aceitar o carma

(tlim)

Leitura do Sutra da Rocha:
Pois quem observa, vigia e cuida
Mil, dez mil, um milhão
Tão extenso quanto o Ganges
Como os grãos de areia no Ganges
E pode proteger o discípulo honrado
Nas dez direções
Leis de Buda
(tlim)
Prática do Dharma
Tudo representa o Carma
e é da Lei do Carma
Acompanhar-nos nas dez direções
Todos os cânticos do mundo
Todos os cantos do mundo
Todas as contas do colar de Shiva
(tlim)
Emergiu da Terra
Desde a eternidade
Das dez formas
Que foram atribuídas ao Ganges
Assim se guarda o tesouro do Nirvana
Com os oitenta tipos de maravilhosas características
Tão numerosos quanto
As pedras, os seixos, as rochas,
Os rochedos e os cálculos
Presentes em cada
Morro, monte, montanha,
Serra, cadeia, cordilheira
Por estar aonde quer que o discípulo vá
E não pode escapar
Apenas tentar
(tlim)
Para ouvir o delicado Buda
Vacuidade e quietude
É toda a forma
Existente
(tlim)
Nenhum sentido
Nenhum pensamento
Nenhuma Percepção
Nenhum cálculo
Nenhum viver
Tudo é vacuidade e forma
(tlim)
Assim pratica o mantra
O Mantra da rocha
Pratica o darma
O Dharma da rocha
Aceita o carma
O Carma da rocha
O seu carma
Se concilia com a montanha
E ela lhe dirá a você
E o seu carma florescer
A frágil flor do Dharma
(tlim)
Sendo um,
Se converte em vários
Sê o Todo
Tão imenso quanto a montanha

(alguma indicação de passagem de tempo no palco)

N.:
Isso foi a tanto tempo
E a rocha ainda lá está
Imóvel à neve
Imóvel ao vento
Assim eu digo a todos
Ao ser parte da montanha
Levo sua parte comigo
A transmito até ao inimigo
o que disse o iluminado

"O Honrado pelo Mundo
Sabendo o que me ia à menta
Me ensinou o Nirvana"

E2

Exercício 2.

Em volta da montanha
Eu caminhava
E onde eu estivesse
Ela me observava
Chegava a ser estranho
E como todo o seu tamanho
Que me abrigar dela
Eu precisava
Num templo, me abriguei
Com todos o seu monges,
Meditei
O medo que me incomodava
Nesse lugar sereno
A montanha
Não mais me olhava
Isso foi no nepal
Sem tempo
Sem espaço
O medo que incomodava

Acabou
Acabava
Como essa história
Que Wallace me
Contava


E1

Exercício 1

(homem carro não é pedestre)

Vrum vrum vrum bi bi fom fom

Homem carro vendendo esmolas
e você, meu senhor?
e você, minha senhora?
comprE uma de mim,
compre alguma agora.

Vrum vrum vrum bi bi fom fom

CRASH

(desafiante se aproxima para socorrer)

Você está bem?

Foi a cidade, eu a conheço,
eu não quis me sujeitar,
agora já era... (morre)

Estou frente a ela
Mas o que acontece
destas teias que tece?

Nunca havia visto
E não desisto
Deste fantasma em mente,
pois sou eu que a vejo.
Talvez queira falar comigo
Não consigo ser diferente,
mas e este castigo?
De ouvir seu coração,
de ouvir seu coração,
De breu e de fel,
e sair do beco,
Dizer que a solidão,
inventa monstros assim.

(pessoas na sala de jantar fazendo cálculos)

Todo dia é assim,
parecer feliz assujeitado
eu queria sair
mas não há lugar
para onde ir

Cuidado, cuidado, ela pode nos ouvir!

Todo dia é assim
seguro correto conformado
pode nos engolir
obediência cega
ficar aqui

Cuidado, cuidado, ela pode nos ouvir!

(desafiante encontra uma senhorinha pequenina)

Não, seu moço,
todos sabem,
mas a raiz do mal,
o seu osso
está escondido
Talvez num poço,
ou num abrigo.
Dizer não posso,
pois soube de ouvido,
quem cavalga o monstro
é nosso inimigo,
não há mais segredo,
agora só o medo
é nosso amigo.

(D=desafiante, S=senhorinha)

D.: Onde está?
S.: Todo lugar!
D.: Estou louco?
S.: Todo mundo está!
D.: Tem saída?
S.: Acho que não há!
D.: E essa vida?
S.: Como está?
D.: Alguém duvida,
dessa prisão,
De onde a prisão,
escapar?
S.:  Você pode tentar
D.: Todos que acordaram
agora mortos estão
e por que não?
por que falhou
a sentença de morte?
Sorte ou ilusão?
S.: Olha, querido,
contam um conto antigo,
que posso lhe contar,
fique aqui comigo
para poder escutar

(senta que lá vem a)

HISTÓRIA

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